Patricia Reed
Xenofilia e desnaturalização computacional
Tradução de Gabriela Baptista (Pretexto)
SINOPSE
Em seu texto Xenofilia e desnaturalização computacional Patricia Reed descreve a relação entre a desnaturalização do dado — o que é — e a instauração do possível — o que deveria ser. Tal distinção se torna uma ferramenta para enfrentar as crises políticas, sociais e econômicas atuais e ainda por vir. Crises que, segundo a autora, requerem a constituição de um sujeito coletivo que entende a necessidade do engajamento com inteligências não humanas, não como algo que subjaz o humano, mas como algo que o complementa num horizonte de capacidades distintas.
TRECHO DO LIVRO
“Nosso atual momento é marcado por intensa incompatibilidade. As múltiplas crises que enfrentamos, sociais, econômicas e ecológicas (impossíveis de serem separadas), são incomensuráveis com os meios de que dispomos para mitigá-las de forma justa. Essas crises não apareceram de repente, do nada, mas são resultado de produção humana; uma produção profundamente desigual, cujas consequências agudas seguem trajetórias já bastante percorridas de dominação histórica. O desenvolvimento tecnológico desenfreado é, em parte, cúmplice na amplificação dessas crises, mas o é principalmente por estar tão entranhado em diagramas sociopolíticos específicos, que impõem muito mais restrições delimitadas, por exemplo, àquilo que os algoritmos fazem, do que àquilo que poderiam fazer. A questão crucial aqui está em ‘poderia’, trata-se de uma questão de habilitação: em que condições, digamos, o algorítmico nos serve, em que condições nos devorará para nos usar como peças sobressalentes e em que condições criminaliza pessoas inocentes de forma preventiva? É dessa questão de habilitação e dos modelos conceituais de coabitação em escala planetária que diagramam tal habilitação, que precisamos partir. Os conceitos que construímos para modelar um mundo delineiam uma paisagem de possibilidades (o que é, ou o que é dado), enquanto eliminam outras de forma violenta, o que torna a disputa entre esses conceitos uma batalha essencial a ser travada pelo coletivo.“
Ficha Catalográfica
Coleção: TRAMA
Título original: Xenophily and Computational Denaturalization
Organização: Luiza Crosman
Coordenação editorial: Laura Erber
Editores: Laura Erber e Karl Erik Schøllhammer
Tradução: Gabriela Baptista (Pretexto)
Revisão de texto: Rafaela Biff Cera
Imagens e design de capa: Pedro Moraes
Design gráfico (miolo): Maria Cristaldi
Publicação: 2018
ISBN: 978-87-93530-22-5
Especificações Técnicas
Arquivo: Portable Document Format (PDF)
Formato: 210 x 297 mm (A4)
Páginas: 21
Tamanho: 1,47 MB