Angela Melim
R$68,00
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Angela Melim
Como quem não quer nada: Uma autobibliografia
“Literalmente nos trombamos num restaurante, um dia. Márcia voltava de Portugal, onde morou bastante tempo. Falei dos meus livros, tem um poema para você. Ela me disse ´eu sei, e isso me ajuda a viver neste mundo´ – algo assim.”
Angela Melim
“Em vez de nos contar sua vida, seguindo as linhas do tempo e o modelo dos relatos tradicionais, Angela Melim dedicou-se aqui a costurar uns nos outros os ímpetos de sua fértil memória. São assim lampejos, vislumbres, flagrantes, ensejos, indícios que vão constituindo o mosaico, os ‘quadros de uma exposição’, no qual lembranças de suas horas mais íntimas se entrelaçam a retratos de outras pessoas, a descrições de suas lutas políticas, ao convívio com os livros de seus amados autores, ao encantamento que a possui quando está junto do povo, seja assumindo seu lugar em passeatas ou greves, seja dançando com fervor nas rodas estonteantes de samba que a cativam e a fazem procurá-las em diversos cantos do Rio.”
Leonardo Fróes
Prosa no fio da poesia, Como quem não quer nada: uma autobibliografia acontece entre a anotação, a memória e a conversa. A aventura autobibliográfica da poeta materializa a literatura como experiência de vida, revela a cumplicidade de sua obra com livros lidos e inclui versos deflagrados por autores prediletos.
“É uma autobibliografia, uma palavra inventada. Para mim é uma biografia contada a partir dos livros, dos autores das bibliotecas e das minhas experiências” afirma a poeta.
Melim volta à cena literária com um livro singular, que afirma que uma poeta é antes uma leitora aguda, e não só de livros, mas da própria vida em seus silêncios e trepidações. Com prefácio de Leonardo Fróes, a edição é composta ainda por uma remontagem de fotografias do arquivo pessoal da autora realizada pelo artista Pedro Andrada.
A obra da poeta Angela Melim – gaúcha de nascimento, vivendo há décadas no Rio de Janeiro – é pioneira em vários sentidos: seja por transbordar a forma do poema, transitando do verso à prosa e vice-versa, seja porque desde cedo incorporou a observação minimalista da paisagem, o registro elíptico da experiência e falas colhidas no ar, sempre filtradas por um ouvido atento e irônico, nunca cínico.