Zoy Anastassakis
Refazendo tudo: confabulações em meio aos cupins na universidade
SINOPSE
Zoy Anastassakis abre seu livro com a seguinte dedicatória:
“Dedico este livro ao meu pai, Demetre, que me fez ver que a Esdi era uma praça. Para ela se realizar, era só derrubar os muros e deixar a cidade entrar.”
Os dois ensaios que compõem este livro fazem exatamente isso: abrem a universidade, deixam a cidade entrar. Zoy Anastassakis aborda a experiência do movimento Esdi Aberta, ocorrido entre 2016 e 2017, quando alunos, ex-alunos, professores e funcionários daquela instituição criaram e refletiram sobre modos alternativos de funcionamento no enfrentamento de uma situação de grande precariedade.
Em sua reflexão, mobiliza e articula conhecimentos do design e da antropologia, possibilitando enlaces surpreendentes entre a percepção sensível e as superestruturas políticas, sociais e históricas que incidem sobre a vida de uma universidade. A autora nos conduz pela história da Esdi, relembra a extinta Lagoa do Boqueirão da Ajuda, o plantio das árvores no campus no final dos anos sessenta, e chega ao presente atenta aos cupins, raizes aéreas, rachaduras no piso nada liso ou firme da universidade pública. Estes ensaios fomentam a imaginação dos futuros possíveis a partir da força do presente, propõem formas outras de inscrever a dimensão comunitária e afetiva do ensino no real das contradições brasileiras.