Jean-Christophe Bailly
O ensaio e a anedota
Tradução de Leda Cartum e Laura Erber
SINOPSE
Este livro reúne dois ensaios do escritor francês Jean-Christophe Bailly, um sobre a anedota e sua força acidental de irrupção, outro sobre o ensaio, O gênero dos gêneros cuja cadência expressa o movimento da perseguição dos índices em digressão criativa. O ensaio escapa da figura fixa, da retórica e da narrativa, seu ímpeto é ligado a uma espécie de pensamento tátil que circula entre crítica e literatura. Não é uma forma, como esclarece Bailly, mas “um espaço de formação que se abre diante de cada tentativa, se ela decidir se afastar de uma fórmula ditada por um programa restrito puramente repetitivo”. A anedota se alimenta da contenção, da singularidade mínima e do desvio arbitrário, é “uma técnica de proximidade”, já valorizada por Benjamin por sua “força de irrupção”. O ensaio ganha força a medida que se expande e abre caminho para a ação de um pensamento.
Os dois textos lidos em conjunto contribuem para uma compreensão da relação entre a escrita, o pensamento e o tempo. Bailly oferece uma generosa reflexão sobre o próprio desafio colocado pela coleção Pequena Biblioteca de Ensaios na qual escolhemos publicá-lo. Ele mesmo, um importante e fiel praticamente dessa modalidade de escrita, vem trabalhando em diversos campos: da filologia à animalidade, dos retratos de El Fayoum à história da paisagem. Atento também ao contemporâneo, nunca deixou de escrever sobre os artistas de seu tempo; dão testemunho disso seus livros sobre Piotr Kowalski, Gilles Aillaud e Bernard Moninot. É sem dúvida um dos mais importantes escritores franceses em atividade.