Kevin Murphy

Kevin Murphy

Greves no início do período soviético, de 1922 a 1932: da militância à passividade da classe operária?

Tradução de Gabriela Baptista

SINOPSE

Neste ensaio, Kevin Murphy, Historiador e Professor de História da Rússia na Universidade de Massachusetts, interroga as transformações no movimento grevista durante os primeiros anos do regime soviético. Nessa análise considera as importantes informações contidas nos relatórios da polícia secreta que renovam a reflexão sobre o impacto do stalinismo nas atividades grevistas e na militância operária.

TRECHO DO LIVRO

A relação entre o regime soviético e a classe operária tem estado há tempos no centro da controvérsia sobre a natureza do sistema soviético e a ascensão do stalinismo. A dinâmica da atividade grevista diz muito sobre essa relação. Dado que o regime soviético alegava governar em nome dos interesses do proletariado, por que alguns trabalhadores entravam em greve, e como o Estado reagia? Até pouco tempo atrás, era quase impossível dar respostas definitivas mesmo para as perguntas mais básicas sobre as greves no início do período soviético. O acesso aos arquivos da antiga União Soviética e a consulta a fontes publicadas nos ajudam a entender algumas dessas questões e indicam as áreas nas quais são necessárias novas pesquisas. Este artigo mapeia os contornos gerais das primeiras greves soviéticas.
Relatórios da OGPU (polícia secreta), publicados como ‘Sovershenno sekretno’: Lubianka-Staliny o polozhenii v strane (1922-1934),proporcionam uma notável e inédita janela para avaliar as paralisações. Mesmo com lacunas nos dados, temos agora informação suficiente para estimar o número de greves no início do período soviético, o grau da participação dos trabalhadores, a duração dos conflitos, os motivos dos trabalhadores, quais trabalhadores estavam mais propensos a entrar em greve em diferentes períodos e como as paralisações foram resolvidas. Examinar os acontecimentos pelo prisma de uma fábrica de importância estratégica, a Serp i Molot, em Moscou, proporciona uma perspectiva de base que não fica discernível em análises quantitativas dos dados mencionados. Investigo aqui a atividade grevista em quatro períodos relativamente distintos: o renascimento da militância trabalhista após a Guerra Civil, a formação de um “contrato social” em meados da vigência da Nova Política Econômica (NEP), a crescente pressão sobre esse contrato no período posterior à NEP e a atividade grevista bastante reduzida, mas com maior peso político, durante o Primeiro Plano Quinquenal, entre 1928 e 1932.

Sobre o autor

Colabore com este projeto editorial

Confirme seu endereço para receber o livro por email

    APOIE A ZAZIE EDIÇÕES E CONTRIBUA PARA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO CONHECIMENTO.

    Apoie a Zazie edições!

    Cadastre-se para receber nossa Newsletter e acompanhe as novidades da Zazie!

    Para a Zazie, o OPEN ACCESS não é apenas uma etiqueta que colocamos em nossos livros. É uma maneira de influenciar a economia do conhecimento em um mundo profundamente desigual. OPEN ACCESS é um movimento que promove a disseminação do conhecimento, permitindo que pesquisadores e público em geral possam beneficiar-se de reflexões e dados valiosos. Ao eliminar as restrições de acesso, desejamos contribuir para um debate crítico saudável e inclusivo.